quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Prática Pedagógica IV

Novo acordo ortografico da Língua Portuguesa 



Giomara Gomes

Ivânia Nunes

Leusina Neves

Ronaldo Almeida

Silvana Meneses
 
  A língua é viva
  • A língua está para um rio, assim como a gramática normativa está para uma poça;
  • Palavras e expressões entram e saem da moda;Português brasileiro # português de Portugal.
Se falamos diferente, podemos escrever igual?

  • O novo Acordo Ortográfico:
  • Consenso ou duas redações oficiais;
  • Não mexe na pronúncia das palavras;
  • Busca facilitar, padronizar a escrita;
 A questão ortográfica
  • A ortografia é um dos mais importantes aspectos das línguas escritas; (presente nas primeiras gramáticas do séc. XVI)
  • Também um dos casos mais polêmicos (Conforme Silva, (2008. p.11) em torno do modo como se escreve determinada língua e da maneira como esse idioma se constitui e dialoga com o vasto universo de significados).
A ortografia e a Língua Portuguesa
  • O Português é uma língua neolatina muito importante, oriunda do latim, mas que sofreu influência do provençal, galego, árabe etc;
  • Três períodos distintos: português proto-histórico (séc. VIII ao XIII); português arcaico (séc. XIII ao XIV); português moderno (séc. XVI ao XXI

Transformações do português
  • Séc. XIII ao XVI – a ortografia assentava-se na pronúncia;
  • Séc. XVI ao XIX – grafia erudita, de natureza pseudo-etimológica;
  • Séc. XX – ortografia simplificada, com a eliminação dos fenômenos puramente fonéticos e do eruditismo etimológico.
  • Mudanças acompanhadas de tentativas de normatização;
  • Ortografia: preocupação para os gramáticos, que começaram a escrever sobre o assunto – Pero de Magalhães Gândavo (1574), Duarte Nunes de Leão ( 1576), Bento Pereira (1666), entre outros.
  • Séc. XIX: em Portugal e no Brasil há a publicação de decretos e a realização de acordos ortográficos – aumenta a discussão em torno da questão ortográfica.
  • Inúmeras variantes gráficas necessidade de unificação.
  • Séc. XX:* crescimento do mercado editorial;
      **desenvolvimento das relações internacionais;
        *aperto dos laços
  • Brasil/Portugal divergência gráfica insustentável.
  • *complexo processo de unificação ortográfica;
A questão ortográfica

  • Divergências: ortográficas e ideológicas;
  • 1907 – projeto pioneiro de reforma ortográfica (ABL), complemntada em 1912;
  • 1911 – projeto de simplificação (Portugal), recusado em 1920;
  • 1931 – Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro (ABL + Academia de Ciências de Lisboa);
  • 1940 e 1943: vocabulários ortográficos distintos de Portugal e do Brasil, respectivamente;
  • 1945 – Conferência Inter-Acadêmica de Lisboa para a Unificação Ortográfica da Língua portuguesa.
O novo acordo
  • 1986/1990 – unificação do português do Brasil, Portugal e os países africanos de língua portuguesa
  • Novas regras ortográficas aos países da CPLP: obrigação de aprovar um vocabulário comum + regras ortográficas;
  • Projeto amplo e de implicações diversas: idioma falado por cerca de 240 milhões de pessoas, em pelo menos 8 países (sexta língua mais falada no mundo);
  • Portugal – modificações atingem cerca de 1,6% do seu léxico;
  • Brasil - modificações atingem somente 0,5% do total de palavras;
  • 320 milhões de livros modificados.
  • 1994 – deveria entrar em vigor, mas não recebeu as ratificações necessárias;
  • 1998 – protocolo modificativo (altera a data de vigorar);
  • 2004 – apenas três países podem ratificar o acordo para que ele vigore;
  • 2004 – Brasil ratifica;
  • 2006 – Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ratificam;
  • 2008 – Portugal ratifica, mas as mudanças para eles só valeriam dentro de seis anos
  • 2006 a 2008: debates se acirraram – no Brasil, o FNDE autoriza a modificação dos livros didáticos; em Portugal, Petição contra o Acordo;
  • 2009 – adaptação das primeiras obras pelas editoras;
  • Até 2010 – livros com mudanças p/ o Ensino Fundamental;
  • Até 2011 – adequação dos livros didáticos para o Ensino Médio;
  • 2011 – limite p/ que os concursos, vestibulares e avaliações em geral se adaptem ao Novo Acordo.
  • O que mudou
  • K, Y e W passam a fazer parte oficialmente do alfabeto da língua portuguesa;
  • Nomes próprios hebraicos de tradição bíblica poderão ser simplificados: Baruch ou Baruc; Enoch ou Enoc (dígrafos finais ch, ph e th);
  • Eliminação ou adaptação, nos nomes próprios hebraicos de tradição bíblica, dos dígrafos finais mudos (ch, ph e th): Joseph José etc;
  • Manutenção ou eliminação, em nomes de pessoas e de lugares consagrados pelo uso, das consoantes finais: David ou Davi; Madrid ou Madri etc;
  • Substituição, sempre que possível, dos topônimos estrangeiros por formas vernáculas correspondentes: Nova York Nova Iorque;
  • Emprego da letra minúscula nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana;
  • Emprego da letra minúscula no nome dos pontos cardeais;
  • Emprego facultativo da letra minúscula nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica, com exceção do primeiro vocábulo e daqueles obrigatoriamente grafados com maiúsculas: Memórias póstumas de Brás Cubas; Cem anos de solidão;
  • Emprego facultativo de minúscula nas formas de tratamento e reverência
  • Emprego facultativo da letra minúscula nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica, com exceção do primeiro vocábulo e daqueles obrigatoriamente grafados com maiúsculas: Memórias póstumas de Brás Cubas; Cem anos de solidão;
  • Emprego facultativo de minúscula nas formas de tratamento e reverência (axiônimos), bem como em nomes sagrados que designam crenças religiosas (hagiônimos): santa Isabel, doutor Carlos Ferreira;
  • Emprego facultativo em nomes que designem domínios do saber e formas afins: português, literatura, Matemática;
  • Emprego facultativo de maiúsculai nicial em logradouros públicos, templos e edifícios: rua Fernando de Noronha;
  • Eliminação do trema: linguística geral;
  • Eliminação do acento agudo nos ditongos abertos ei, oi, eu das paroxítonas: ideia, boleia, jiboia, apoio;
  • Eliminação do acento agudo nas palavras paroxítonas com i e u tônicos precedidos de ditongo: feiura, sauipe;
  • Eliminação do acento agudo nas palavras paroxítonas que possuam u tônico precedido das letras q ou g, seguidas de e ou de i: averigue, argue;
  • Eliminação do acento circunflexo nos encontros vocálicos oo e ee: voo, veem, enjoo etc;
  • Eliminação dos acentos agudo e circunflexo em palavras homógrafas: pára (verbo) e para (preposição); péla (verbo), péla (substantivo) e pela (preposição) para e pela;
  • Manutenção dos acentos agudo e circunflexo em algumas palavras homógrafas: pôde, têm (plural), abstém etc;
  • Emprego facultativo dos acentos agudo e circunflexo em algumas palavras: dêmos/demos, forma/fôrma, amámos/amamos;
  • Emprego facultativo da acentuação nos casos consagrados pelas duas ortografias oficiais: económico/ econômico, bebé/bebê;
  • Emprego facultativo da acentuação nas formas conjugadas dos verbos terminados em guar, quar e quir: averiguo, aguo, oblíquo;
  • Eliminação do hífen em palavras compostas cuja noção de composição, em certa medida, se perdeu: paraquedas, mandachuva, rodaviva etc;
  • Eliminação do hífen em vocábulos derivados por prefixação, cujo prefixo terminar em vogal e o segundo elemento iniciar-se por consoante: contrarregra, suprassumo, antissemita etc;
  • Eliminação do hífen em vocábulos derivados por prefixação, cuja vogal final do prefixo é diferente da vogal inicial do segundo elemento: extraescolar, autoeducação, contraindicado etc;
  • Eliminação do hífen nas formas conjugadas ddo verbo haver seguidas da preposição de: hei de, há de hão de etc;
  • Manutenção do hífen em palavras compostas por justaposição cujos elementos constituem uma unidade semântica, mas mantêm uma tonicidade própria; e em compostos que designam espécies botânicas e zoológicas: arco-íris, carta-bilhete, amor-perfeito etc;
  • Manutenção do hífen em vocábulos derivados por prefixação cujo segundo elemento iniciar-se por h: pré-história, super-homem etc;
  • Manutenção do hífen em vocábulos derivados por prefixação cuja consoante final do prefixo é r e o segundo elemento também iniciar-se por r; ou com circum e pan c/ o segundo elemento iniciado por vogal, m ou n; ou em qualquer condição para alguns prefixos (além, sota, vice): super-resistente, circum-escolar, vice-diretor etc;
  • Inclusão do hífen em palavras derivadas por prefixação cujo prefixo terminar por vogal igual à vogal inicial do segundo elemento: anti-israelita, anti-inflacionário etc;
  • Eliminação de consoantes mudas não pronunciadas: acção   ação, baptizar   batizar;
  • Emprego facultativo de consoantes mudas pronunciadas: facto, setor, carácter, caráter etc;
  • Uniformização dos sufixos iano e iense (em vez de ano e ense) em vocábulos derivados de palavras terminadas por e/es: acriano, açoriano, euclidiano, camoniano, caboverdiano etc;
  • Uniformização das terminações átonas io e ia (em vez de eo e ea) nos substantivos que constituem variações de outros substantivos terminados em vogal: hástia, réstia, béstia, véstia;
  • Variação da conjugação de verbos terminados em iar, provenientes de substantivos terminados em ia io átonos; negocio ou negoceio;
Para saber mais:



SILVA, Maurício. O novo acordo ortográfico da língua portuguesa: o que muda, o que não muda. – 2 ed. – São Paulo: Contexto, 2008.






























6 comentários:

  1. Sabemos que antes do Acordo Ortográfico, tínhamos muitos "problemas" na escrita, e agora o professor terá um trabalho maior para atualizar essas mudanças, pois além de ter que ensinar a aprender, ele terá que ensinar a "desaprender" o que já estava acomodado e assimilado em alguns indivíduos.

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  2. A ideia de que a Língua Portuguesa é bastante complexa já está impregnada no inconsciente de muitas pessoas. são muitos os que, mesmo tendo nascido e crescido em terras brasileiras, dizem não saber português; e para complicar ainda mais a situação, aparecem alguns preconceituosos gramáticos para dizerem que não sabemos nada mesmo...
    Se passamos então boa parte de nossas vidas procurando aprender uma língua, que na verdade se trata mesmo é da aprendizagem da grámatica dessa língua, o que faremos então para "desaprendermos" as regras que havíamos aprendido?
    Diante de tal questionamento,só nos resta então ler jornais, revistas, livros atualizados etc., para que assim possamos, aos poucos, internalizar as novas regrinhas.

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  3. Vinte e seis letras, não mais 23. O “k”, o “w” e o “y” novamente fazem parte do alfabeto. Trema? Esqueça. Já o hífen aparece com novas particularidades.
    Nossa, temos muitas regras a aprender para assim esinarmos, então vamos aos livros e principalmente a prática na escrita!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Na sociedade letrada na qual estamos inseridos, em que tanto nas relações com os amigos e principalmente nas relações de trabalho exige-se que escreva bem, por isso é importantíssimo que saibamos utilizar corretamente às regras ortográficas.
    portanto, vamos ficar atentos às mundaças. Eltânia

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  6. Aprende e "desaprende"...uma luta!! Senhores eu preciso mudar o foco( uma barraca na feira na pior das situaões ou...kkk), pois não sei como será quando tão logo quem escrver com trema, cinrconflexo, agudo, determinadas palavras, estará escrevendo errado. Não sou adepto da moda gabriela: "eu nasci assim, eu cresci assim, VOU SER SEMPRE ASSIM", mais vou me embolar, ainda me embolo com os antigos acentos, porque os mantenho nos meus textos!!

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